sábado, 25 de abril de 2015

POR QUEM OS SINOS DOBRAM

Ninguém pode ficar indiferente à tragédia dos que morrem no Mediterrâneo, numa tentativa desesperada de chegar ao futuro.
A poesia de Américo Brás Carlos, além de bela e emotiva, toma partido e não se resigna.
Ao ver as imagens dos últimos dias, lembrei-me do livro "As flores brancas do frangipani" e do primeiro de seis poemas que dedica a este drama humano intitulado "A vergonha das noites de Tarifa e Lampedusa" que aqui vos deixo:

Quando viste as minhas lágrimas
nas praias de Tarifa,
eram também por Lampedusa e pelas outras praias do mar de Ulisses,
onde chegam corpos como se fosse natural.

Perguntaste: - É a alma que te dói?
E eu ainda não sei bem dizer-te.
- Doem-me a humanidade, a compreensão
e tudo o mais em que verdadeiramente assento.

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